ESCOLA

quinta-feira, 7 de abril de 2011

CARTA DO ATIRADOR DO REALENGO

Wellington Menezes de Oliveira, o atirador do Realengo que matou hoje pelo menos 11 estudantes de uma escola do Rio de Janeiro, pediu em uma carta que só os "puros" tocassem diretamente no corpo dele. Os demais teriam de usar luvas.

Roselani, irmã de criação de Oliveira, e amigos informaram que ele tinha se convertido ao islamismo, mas a carta faz referência a vinda de Jesus. A mãe do atirador -- pela qual ele parece que tinha fixação -- era Testemunhas de Jeová.
Ele começou escrevendo a carta manifestando preocupação com os animais abandonados, para os quais estava deixando a casa onde morava, em Sepetiba. "Eles são seres muitos desprezados e precisam [de] muito carinho", escreveu Oliveira, já sabendo que ia matar jovens de sua antiga escola.
De acordo com a polícia, a carta demonstra que Menezes sofria de demência religiosa.

Íntegra da carta

"Eterna, eu deixei uma casa em Sepetiba da qual nenhum familiar precisa, existem instituições pobres, financiadas por pessoas generosas que cuidam de animais abandonados, eu quero que esse espaço aonde eu passei meus últimos meses seja doado a uma destas instituições pois os animais são seres muito desprezados e precisam muito mais do que proteção e carinho do que os seres humanos que possuem a vantagem de poder se comunicar, trabalhar para se sustentar, os animais não podem pedir comida ou trabalharem para se alimentarem, por isso, os esqueci (sic) apropriarem da minha casa, peço por favor que tenham bom senso e cumpram o meu pedido, pois cumprindo o meu pedido automaticamente os terão cumprindo a vontade dos pais que desejavam passar este imóvel para o meu nome e todos sabem disso, senão cumprirem o meu pedido, automaticamente estarão desrespeitando a vontade dos pais, o que prova que vocês não têm nenhuma consideração pelos nossos pais que já dormem eu acredito que todos vocês tenham alguma consideração pelos nossos pais, provem isso fazendo o que eu pedi"

“Primeiramente deverão saber que os impuros não poderão me tocar sem luvas, somente os castos ou os que perderam suas castidades após o casamento e não se envolveram em adultério poderão me tocar sem usar luvas, ou seja, nenhum fornicador ou adúltero poderá ter um contato direto comigo, nem nada que seja impuro poderá tocar em meu sangue, nenhum impuro pode ter contato direto com um virgem sem sua permissão, os que cuidarem de meu sepultamento deverão retirar toda a minha vestimenta, me banhar, me secar e me envolver totalmente despido em um lençol branco que está neste prédio, em uma bolsa que deixei na primeira sala do primeiro andar, após me envolverem neste lençol poderão me colocar em meu caixão. Se possível, quero ser sepultado ao lado da sepultura onde minha mãe dorme. Minha mãe se chama Dicéa Menezes de Oliveira e está sepultada no cemitério Murundu. Preciso de visita de um fiel seguidor de Deus em minha sepultura pelo menos uma vez, preciso que ele ore diante de minha sepultura pedindo o perdão de Deus pelo o que eu fiz rogando para que na sua vinda Jesus me desperte do sono da morte para a vida.”

Com informação do jornal O Dia.

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